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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Música do lado de fora - por Sergio Martins






Onde vais passar sua noite de Natal?
Por que quem você espera não veio?
Penso agora no preço pelo qual 
conquistamos nossos desejos e
me pergunto: quem sente a ausência 
de uma árvore morta na última estação?
Sempre vemos muitas pessoas que
apenas passam e olham pro nada...
Para onde você se voltará neste dia vazio?
O término de ano será só repetição?
Não sei se essa indignação, esse
silêncio diante de um mundo avesso
há de resolver, de trazer toda a paz
de seu antigo lar...
Vá buscar o que te espera,
deixe o espelho dizer, assuma sua lei,
volte a acreditar e a seguir aquele caminho,
pois no fim de nosso roteiro eu também
não desejarei estar do lado de fora da porta
sem ninguém pra notar.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

segredos obscuros - por Sergio Martins



À profundidade gélida do silêncio, a solidão é violenta,
 
onde eu te assisto, anoitecer feroz – ao eclipse de meus pensamentos.
 

A imponente lua desta vida veraneia, sem o meu brilho estelar,

tudo vê; e eu nada possuo – sentindo apenas o previsível:

o mesmo em si; ensimesmado pelo medo do mesmo apagão diário.

A beleza toda do mundo aponta ao insignificante destino:

mentira do olhar, dos sorrisos, das roupas festivas

e do corpo dançante sobre a alma inerte: segredos obscuros.

 

Descanso de dia. À noite, sobrevivo.

Apavoro-me com o dia: a luz dos humanos perdidos.

O sol cala verdades poéticas, entorpece meu prazer

qual falácia destruindo sonhos – fé insana.

 

Quero a escuridão, a companhia dos espíritos que vagam,

sedentos pelo prazer e pela utopia avessa à razão,  

e tudo que amenize a dor de tua ausência, minha alma penada!

Pois o mundo, com toda a sua alegria insossa e consumista,

matou a esperança de enxergar na luz– alguma razão:

criança que espera em vão pelo retorno de sua amada mãe.

 

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