Era um belo dia de Páscoa:
lembro do campinho de areia onde eu corria atrás da bola com a galera, as borboletas fugiam das meninas e os brinquedos pareciam seduzir os mais velhos a copularem com toda aquela alegria - de "voltar a ser". Eufóricos, os "de família" carregavam malas e mochilas bem cheias, os outros meninos rumavam à praia, lotavam os ônibus e voltavam bem tarde para suas casa.
Era um belo dia de Páscoa:
ouvia-se da cozinha, enquanto a canjica e o peixe seriam preparados, belas canções de um pequeno rádio de pilha, e da janela, uma rosa insistindo perfumar o jardim do quintal.
Era um belo dia de Páscoa:
a casa abandonada - aos carinhos de um tempo que se foi... O crepitar da agulha de vitrola e a suavidade de violino e piano acalmavam. O sol fraco de outono aquecia, tínhamos a tarde e a noite para brincar e tudo parecia elevar o ser à certeza de que o dia só pode se fazer belo lá fora enquanto se puder fazer novos arranjos para esquecidas e eternas músicas no interior da casa abandonada.
Era um belo dia de Páscoa:
a família reunida, o peixe posto à mesa, o vinho, o chocolate, o partir do pão e toda a Graça no mesmo vilarejo simples, davam-nos a certeza que o amanhã seria a mesma afirmativa: um belo dia de Páscoa.
Imagem: Google
2 comentários:
Se eu gostei?
Nem pensar!
Simplesmente...
...amei!
:)
Belo conto, querido!
Que todos possam ter um lindo dia de Páscoa como esse!
Feliz Páscoa!
Beijosss
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