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terça-feira, 7 de abril de 2020

A Luz do amanhã II - Sergio Martins





Horas-noites, dores que anulam as vozes... silêncio rasgado ao pêndulo do relógio: solidão refinada é o privilégio que só os livres podem gozar, pois mesmo rodeados de pessoas, transcendental e singularmente estão à companhia de si mesmo.

À corda aflita do relógio, acorda o dia em paz. Abre-se a mesma flor: o prazer de florir os dias não acordados...

Quando a celeste lâmpada desabrocha (a flor das minhas noites), sinto não pertencer aos mundos que pouco conheço e sorrio apenas por estar sob o imprevisível - o que me espera é só que tenho: o presente faminto de novas fomes... É que neste novo mundo em confinamentos plurais, a cada dia estou sem endereço, ainda que endereçado numa via desconhecida, abrigado somente pela enigmática Luz do amanhã.

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