Escrevo
pelo prazer, por brincadeira, pela ideia absurda de que é possível eternizar a
beleza. E pôr infinidade na beleza é ilusão, e disso vive todo o poeta; de
ilusão. Mas se me iludo ao escrever, pouco me importa. Para mim, o que
realmente interessa é que no momento em que as palavras me conduzem, até mesmo
levado pela ilusão da realidade exponho minhas verdades subjetivas e
inconscientes. É aí, no ato de escrever que me encontro; isto é, escrevo para revelar-me.
Mera e terminantemente, é isto que me faz um bem excessivo: tornar-me legível
(para mim mesmo) ainda que com certa medida de obscuridade...
Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
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"A guerra nunca é um fim último (...) Na terra de quem ama, até a morte é adubo e a tragédia, fecu ndidade."
Um comentário:
O mais importante é escrever!
beijos
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