Rubem Alves afirmou que “amar
é ter um pássaro pousado no dedo. Quem tem um pássaro pousado no dedo sabe que,
a qualquer momento, ele pode voar”. Eu acrescentaria a essa ideia as
borboletas, pois há tempos, ouço a suave voz:
“borboletas no estômago”. Até que, semelhantemente aos importantes eventos que
acontecem na distração, percebi uma borboleta sobre uma amora. Amei a cena!
Entendi a razão de as borboletas se agitarem no meu estômago: a poesia flertou
comigo. Fiquei enamorado.
Amor é feitiço que possui a alma dos distraídos – Eros/cupido entende disso... Namoro é coisa de adolescente. Eu sei disso porque nunca passei dessa boa fase, como se houvesse uma conspiração do destino em me aprisionar nesse labirinto encantado que impede a vida adulta (um velho enamorado retorna à adolescência) ou a adulteração do que de fato é vida; portanto, aqui, onde o olhar poético é o modo mais cristalino de pensar a vida (tenho um caso de amor com a vida), todos os dias são novos e meus\dos namorados...
Amar é ter poder, mas também é perdê-lo... E não seria essa a contradição dos deuses: sentir-se absoluto e livre pela paixão aos mortais e ao mesmo tempo preso e subserviente pelo sentimento aos humanos que criou? Os deuses sóbrios não sofrem as loucuras dos deuses tiranos, pois sabem que possuir é ser possuído, ter o poder (amor) é estar submetido ao poder (amor) e abrir mão do controle – sobre as asas alheias.
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