Insisto em passar pela nossa rua − que
ouve apenas,
mas nada falo, pois sou ébrio ouvinte
das batidas fortes do coração pedinte
que tropeça nas próprias penas.
Procuro em sábados ensolarados por
alguma cor
que não rime com dor, e chego à rua
sem flor,
que mistura nostalgia ao seu sabor
de lembrança feliz em torpor.
Todas as ruas passeiam os seus passos
de vaivém
e me levam a nossa rua − que ouve
minha elegia.
Aqui o tempo para e não sinto mais
ninguém,
embora tudo se agite em samba e
alegria.
Eu sempre sei o que virá: aquele
mundo belo e aquém,
mesmo assim eu vou à rua que ouve meu
requiém...
Na Rua do Ouvidor meu sonho é normal
e além...
Na rua do amor tem lugar para nós
também.
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