À noite, beira-mar, abraça-se o par – em sombras.
Desnudos, pés e almas se aquecem na areia macia,
pois a imensidão abaixo das estrelas é casa comum,
o lar perfumado em luzes e cores que volitam pelas ondas...
A praia, o altar, a cama em vinho derramado – que continua arrumada,
à espera da beleza que partiu, da única luz capaz de gerar vida,
pois amar é ser/ter a divina maternagem da noite...
Naqueles olhos negros e cintilantes do mar, a liberdade desejava
pois amar é ser/ter a divina maternagem da noite...
Naqueles olhos negros e cintilantes do mar, a liberdade desejava
mergulhar, e ao silêncio das sombras, o seu marulhar afagava,
acalmava...
À noite, o mar é este corpo nu, cuja fome é de eternidade.
À noite, o mar é este corpo nu, cuja fome é de eternidade.
E quando nele se mergulha, tem-se a alegria de ser possuído pelo prazer
infindo e a certeza da felicidade que seria ouvir sua voz melodiar
o corpo e a alma para sempre.
Quando se conhece o mar, ele jamais deixa de existir,
ao passo que o adeus e a eternidade nadam em suas águas,
pois são nada-tempo, lugar nenhum...
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