Na perda, a complexidade maior só existe quando fazemos dela algo mais destrutivo (ideia) do que a realidade em si (algo ou alguém que de fato se perdeu). Perda não é apenas o que se foi (de nós e/ou sem nós) mas também, um ponto de vista. Não vejo como perda, por exemplo, a separação do objeto do amor. As coisas e pessoas que se vão de minha vida, assim vão, por causas naturais, porque deveriam mesmo partir. O que de fato me pertence não me abandona, tudo o que se vai de mim, nunca me pertenceu; daí, eu não me importar muito com isso. As pessoas queridas que morreram, dessas sim, eu tenho muita saudade; embora elas estejam sempre junto a mim.
Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
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