Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
sábado, 23 de outubro de 2010
Ainda quero por Sergio Martins
Eu até tentei segurar areia com as mãos,
mas na vida, nessa nossa ida e vinda
não há segurança, nenhuma saída
sem medo; apenas a certeza dos amores vãos.
Eu até precisei contemplar nuvens de algodão
sem o seu doce, plantar nuvens e colher
tempestades; mas fiquei a ver navios, a ser
tão moço velho no fim sem fim desse chão.
Eu até joguei balde d’água no oceano,
lancei pérolas aos porcos, dei vexame
de embriaguez; mas não há quem ame
e se torne são depois de um desengano.
Eu até cansei de dar murros em muros, de chorar de dor,
de subir morro sem socorro por acreditar,
por tentar sempre e só me impacientar;
mas hoje, ainda quero me adoentar de comer do teu amor.
Foto: http://poetisasonhadora.blogs.sapo.pt/arquivo/665123.html
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"A guerra nunca é um fim último (...) Na terra de quem ama, até a morte é adubo e a tragédia, fecu ndidade."
Um comentário:
Eu tb... ainda quero!!!!!!!!!!!!!
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