Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
Soneto da definitiva perda por Sergio Martins
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
Pensei eu, apossado de um eu-varonil
que não via oponente mais forte ou vil
neste caminho poético de mar à serra.
Foram então, consecutivos agravantes e ataques,
as intempestivas gélidas, os ardentes veraneios,
os pesadelos e solidão, os copos e corpos cheios
de bebidas fúteis e insensatas e vazias as tardes.
Essa juventude enfraquecida no anoitecer
silente e estranho caía na esperança de
rever e possuir teus olhos ao amanhecer;
contudo, a definitiva perda não é a morte que não falha,
ou o afã do meu olhar. O que foi é o que fica- aforismo
que me abraçou-: perde-se a batalha, ganha-se vida!
Imagem: http://armandoatila.blogspot.com/2010/07/papo-breve-sobre-futebol.html
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