Eu queria saber
o porquê do sabor
amargo e entardecer
nos seus braços até o amanhecer.
Eu deixei de ferver
um prazer sem amor,
o encargo de “ter” e “poder”
que são laços a nos entorpecer.
Eu só sabia vencer
por vaidade e sem dor.
Que estrago! Até entender
nos fracassos que a razão é viver.
Eu cansei de escrever,
de te dizer sobre a flor
e alargo esse anoitecer
sem os atrasos a me retroceder.
Imagem: http://escrevinhancasdaniel.blogspot.com/2010/09/cansaco.html
Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
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