Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
sábado, 23 de outubro de 2010
Donzela e meretriz por Sergio Martins
Ainda sou aquela donzela nobre
apaixonada pelo criado pobre,
sem o cavalheiro gentleman que sonhei no altar,
que me daria vaidade e orgulho de lhe apresentar.
Sei que pra você isso é absurdo; mas
tinhas meu afeto, e eu, felicidade e paz.
Portanto, podes ir quando bem quiser;
fui sua mãe, filha, amante, fiel, mulher.
Mas onde estiver não se esqueça
que qualquer amor que apareça
por aqui, ofertarei meu corpo e minha alma,
pois você abusou do amor e da minha calma.
Levarei meus filhos, minha companheira e teu perdão;
só não há como perdoar o que fizestes ao teu coração.
Agora, prefiro até mesmo aquela vida insana e feliz;
jogarei fora o sonho vão de toda donzela e meretriz.
Imagem: http://sagrado-feminino.blogspot.com/2009/09/alquimia-de-afrodite.html
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