Escrevo porque não posso frear o impossível: controlar as vozes que nascem poeticamente em mim, como a beleza irrefreável do crepúsculo - é a arte quem me guia. Nesse mar há paixão e verdade essenciais a mim, tanto quanto o oxigênio; de modo que é nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo), ainda que minha caligrafia seja de certa forma ilegível.
sábado, 16 de outubro de 2010
Soneto da fazenda paraíso
Nem o poder da política ou as estórias da religião. Só o amor
quero e este fim de mundo para neles viver;
pois que mal pode haver em alcançar de Deus este favor:
que da vida breve seja sem fim nosso prazer?
Não desejo ruas de ouro, rezas, coroas de brilhantes, mar de cristal,
anseio apenas o ar puro dessa paisagem mansa e singela,
desconhecendo, assim, outro paraíso além desse regaço maternal,
em que de toda galinha caipira, tenho o gozo de minha roceira bela.
Nesta catedral repleta de estrelas milagreiras
acontece em mim uma mudança de época:
felicidades simples e não passageiras.
É que a fazenda é uma extensão do meu olhar
- graça que todos os dias reconquista a vida-,
época de mudança: arte do eterno namorar.
Foto: http://www.harasmv.com.br/fazenda-monte-verde-fotos.asp?tipo=fazenda
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