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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

A pobrezinha - Sergio Martins




A pobrezinha é simples e bondosa.
Romântica, amante da vida.
Ah! Pobrezinha bondosa... 
Simples.

Ela ressignifica o presente: instantes de riqueza inspiradora, horas preciosas, fugidias e inesquecíveis.
Ela jamais poderia ser futuro, pois é feita de si mesma: presente - de alegria -, semelhante ao porto ondulante à dança do mar, nada mais que o folguedo e a segurança de sua própria alma; deste modo, não pode ser (além de festa), seguro de navio algum.
A pobrezinha é encanto, todavia simples. De orgulho, tem apenas os olhos: feitiços de jabuticabas.
E não pode ser malpassada, pois é torrada, quente, passada do ponto da normalidade. Passados são seus lábios: contos e cantos de tribos do outro lado do oceano...
A pobrezinha é um presente que só pode morar no dia de hoje é só. Nada pode ser mais que isso: utopia - sempre presente.
A pobrezinha é simples, portanto, só pode oferecer a única coisa que tem: ela mesma – genuinidade amorosa de corpo e alma.
Simples. 
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