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terça-feira, 28 de abril de 2020

Origem e destino - Sergio Martins








Origem e destino...

A terra é o homem: tudo o que ambos (se) plantaram.

Origem e destino...

O homem é tudo o que permanece: após a cansativa travessia, o descanso em paz de sua terra.

Origem e destino...

terça-feira, 14 de abril de 2020

Tema para triste canção



Quando resolvemos caminhar juntos, a estrada era escuridão, mas ainda havia luz, bem lá no alto, muito à frente...
- Estrela minha, alma querida!
Havia um buraco, um poço oco e frio...
Eu não me lembro bem como tropeçamos, pois nós apenas seguíamos nosso caminho
 - nossa sombra, aquela sombra densa que pesava, nos guiava...
Ainda olho para aquela luz, sozinho, num errante caminhar...
Agora sei, meu colo materno, quando morremos, nos tornamos apenas o que somos: espíritos...
Eu voltei ao teu colo, minha Estrela-mãe, aqui onde os espíritos colorem esses dias cinzentos...

quinta-feira, 9 de abril de 2020

Realejo - Sergio Martins




A realeza é o que sempre foi: a beleza do diabo.
Decoração e estilo sem funcionalidades, estética-démodé, concepções e nascimentos em ruínas, esquisitices de conceito e estrutura...
É bonita a realeza? A quem tenta convencer o capitalismo com suas engenharias suntuosas, virais e mortíferas? São magníficas, sombrias e vazias as construções do seu antigo fracasso que aponta a iminente decadência neste adoentado presente, como a celebração funesta da Páscoa dos que esperam o prometido paraíso da meritocracia.

Comamos chocolate! Bebamos e festejemos, pois a nobreza é o novo vírus, a rainha é a louca cruel dos seus reis em xeque-mate! As princesas são as capitais doentes e fúteis, suas drogas são doces, mas enjoativas, e os seus dependentes assistem as danças à sinfonia de suas mortes, após serem seduzidos e aprisionados.

A riqueza genuína ainda rima com a beleza:
O oprimido é sempre maior que o opressor,
pois é dele a alma real, a honra e a pureza;
de suas noites, o sono tranquilo é o senhor.

A páscoa-paixão dos plebeus é a comunhão em boemias:
aqui embaixo, todos os dias há intensos amores e alegrias
do peixe ao pão, dos vinhos aos bons desejos,
reinam a gratidão e a amizade nos pobres vilarejos,
em todos os realengos ouve-se a euforia dos realejos,
o populacho, embriagado de alegria, canta o sábio ditado:
"É melhor a feiura em paz que a beleza do diabo!”

terça-feira, 7 de abril de 2020

A Luz do amanhã II - Sergio Martins





Horas-noites, dores que anulam as vozes... silêncio rasgado ao pêndulo do relógio: solidão refinada é o privilégio que só os livres podem gozar, pois mesmo rodeados de pessoas, transcendental e singularmente estão à companhia de si mesmo.

À corda aflita do relógio, acorda o dia em paz. Abre-se a mesma flor: o prazer de florir os dias não acordados...

Quando a celeste lâmpada desabrocha (a flor das minhas noites), sinto não pertencer aos mundos que pouco conheço e sorrio apenas por estar sob o imprevisível - o que me espera é só que tenho: o presente faminto de novas fomes... É que neste novo mundo em confinamentos plurais, a cada dia estou sem endereço, ainda que endereçado numa via desconhecida, abrigado somente pela enigmática Luz do amanhã.

segunda-feira, 6 de abril de 2020

De dentro para dentro - Sergio Martins

Chakras: o que são e como funcionam os 7 centros de energia





No mundo onde ser bom é estar em penoso retrocesso e cuja rotina é a aparente decadência do bem, o presente parece não traduzir novidade satisfatória, sendo apenas uma trágica repetição. A maioria das pessoas é como barcos atracados que jamais saíram do cais, por isso, resiliência é mergulhar para dentro de si sem se perder do mar...
Sanidade é seguir à frente...
Abra mão das aparências e das batalhas vãs, presenteie a ti mesmo com o que tens de melhor. Até as verdades absolutas se equivocam, mas o mal é fracassado por essência, pois desconhece o sabor das alegrias que provêm da bondade, da generosidade, do perdão, das flores colhidas após a angustiante semeadura... 
Pare de lamentar-se pelas escolhas erradas, pois sua mente não é mesma de outrora... Somente abrindo mão das mágoas que nasceram da incompreensão, ingratidão, inveja, do ódio e de outros tóxicos, que conseguimos receber e valorizar as pessoas e os sentimentos que realmente valem a pena.  Pessoas amadas partem, outras vêm... A autoestima inclui a consciência que nenhum relacionamento sobrevive sem a troca justa de afeto, de resto, haverá apenas a inútil e desesperada tentativa de um convívio infeliz consigo e com o próximo, semelhante às artificiais publicações da vida íntima, todas com sorrisos falsos e mentirosas companhias, como se a moda fosse a violência contra a felicidade própria e alheia num ringue de competitividade de quem é mais fútil, triste e piegas...
Sanidade é seguir à frente... 
Tenha orgulho de quem és, de suas construções e desconstruções... Possua um espírito possuído pela vida - sonhada, real\realizada... Que sua alma seja abrigo de pessoas e sentimentos leves, longe das relações utilitárias e sombrias. 
A solidão, o confinamento e a saudade nunca são trágicos quando não nos perdermos de nós mesmos, dos olhos pueris que enxergam beleza, dos lábios que sorriem a poesia viva de cada amanhecer...
Sanidade é seguir à frente: devolva-te a ti mesmo. Traga tua alma à tua alma, retorne ao seu lar. 
Siga à frente - pelo caminho a nós designado: para dentro de nós mesmos...
Continue sendo apenas você e nunca a projeção de outrem. Bobagem é tentar ser os outros... Seja bom – para você mesmo, abra mão da autocomiseração e do orgulho de moldar os outros ao seu mundo, deixe a vida fluir de dentro: a humildade é honraria divina, a valorização da simplicidade é o gracejo, o enfeite, o riso de alegria produzido no cenário caótico, a paz e a liberdade são inegociáveis...
Sanidade é seguir à frente...

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