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domingo, 10 de maio de 2020

Estrelas – Sergio Martins







À noite, acendiam-se as luzes dos barracos. A favela brilhava, degradando a reputação e a paz dos suntuosos casarões, num espetáculo de cores: traçantes estampidos aturdindo silêncios e sonhos...

Mesmo silente, o morro gritava seus tortuosos becos: ser mudo e ao mesmo tempo poesia...


A comunidade é um palco alvejado por suas próprias estrelas...







Lua boa - noite! — Sergio Martins





Eu amo hoje.
Sinto o agora.
E isso me basta.

O sol é belo. Às vezes, o quero – e só – para mim:
o fogo que me acende, ascende-me a novos palcos...

A lua e suas fases é a face desta mulher...
Ela, minha estrela-guia, neste instante é tudo o que sou:
céu desnorteado pela noite, um véu desvairado que só permite a nudez dos olhos (complexa leitura), o açoite que, sem querer, destroça o amante...

Desejo o dia inteiro e, inteiramente, bebo seu corpo e sua alma, mas o momento degustado nunca é minha fome futura...

De madrugada, acompanho todas as danças que movem minhas luzes....

Pela manhã já sou outra: a mesma lua mutável.

As auroras me falam sobre os amanhãs: as verdades que sempre desconheço.

E isso me basta.
Sinto o agora.
Eu amo hoje. 



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