Ao desmaio da tarde, sua luz quente se estende sobre mim feito um lençol cor de sangue, e a sua força escarlate, esse sobressalto do tempo-espaço, é fogo repousado e breve: o despertar de um céu contraditório - o paraíso esmaecendo.
É de Marte e de morte esta vermelhidão crepuscular, ao mesmo tempo em que é de Vênus e vida este cíclico cair em si, que é perder-me de vista em seu rubro mar.
Como não se extasiar ao desfrute dessa mágica fruta vermelha? A sua cor ensanguentada de vida - essa vida carmesim que é toda minha?
Os cabelos ruivos celestiais deslizando pelos montes são afagos que me convidam... e eu sinto, nesses fugazes e eletrizantes instantes, que a distância que nos une é apenas toda extensão do meu ser – que sempre aguarda ansioso por sua aparição vespertina.
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