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segunda-feira, 21 de maio de 2012

Soneto ao vazio existencial

     

               
No fim de tudo, de que valeu a solicitude e o muito trabalhar
se o tempo que levou o pão à mesa
não conseguiu dar asas à alma presa
que voou como água; que, com as mãos não se pode segurar?

E onde esteve a ciência quando faltou emoção?
Como devolver toda a simplicidade feliz
ao ser adulto e adulterado que, por um triz
da morte, se vê sôfrego, perdido em paixão?

O homem, para encher-se, fez muitos engenhos
de prazer e de dor, mas a poesia lhe oferece
um vazio, em prol do qual, com mil tormentos,

incessantemente, corre e sofre para o aniquilar;
ignorando que o tal vazio é o único meio por onde
todo homem poderá achá-la e assim se encontrar. 

6 comentários:

Smareis disse...

Olá Sérgio,

Muito bonito esse soneto,e ao mesmo tempo triste.
O poeta concede preencher esse vazio.

Beijos no core♥
Ótima semana!


"A vida de um poeta é como uma flauta na qual Deus entoa sempre melodias novas." (Rabindranath Tagore)

NEL SANTOS disse...

Belíssimo, Sergio!!!

Deixou-me pensativa... Um soneto inquietante. Fantástico!

Boa semana pra ti também.

Beijos,

Nel

Leninha Brandão disse...

Oi Sérgio!

Após um sumiço(involuntário)volto a te ler e a me encantar com a beleza de teu poema...encontras poesia e beleza e as entregas a nós...e esta entrega se faz inteira,sofrida e mágica.
Melancólico,porém lírico poema.

Bjsssss,
Leninha

SOL da Esteva disse...

Pareceu-me ler, neste teu Poema, algum desalento e alguma tristeza.
Poeta "vê" o que os demais não enxergam e sente dor onde os que o rodeiam gozam de alegrias.

Abraços


SOL

Smareis disse...

Olá Sérgio!

Maravilhosa sua postagem, sempre encanta-me te ler.
Ótima semana de muita paz.

Beijos no seu coração.

Abraços

Roselia Bezerra disse...

Olá,
A simplicidade feliz pode ser restaurada pela doçura do coração...
Abraços fraternos de paz

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