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quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Da fábrica - Sergio Martins

Existe a “fábrica” de “poetas”, a compulsão pelo escrever, o afã em ser e, portanto, o desespero em mostrar a produção na tentativa de autoafirmação e encontrar uma identidade profissional e social e tantas outras vias sinuosas e escurecidas. Eu, (independente, rebelde e um tanto obstinado em escrever, sempre tive a dificuldade de aceitar o divã, acho-me livre e feliz demais para ter que pagar para ceder meu tempo e ser objeto de estudo; talvez tudo isso seja produto de meu contentamento com os prazeres de cada dia), continuo acreditando que escritores podem ser formados na universidade; mas poetas não. Ou se tem um olhar para dentro de si e com isso se consiga ter olhos encantados para o universo ou nada feito. A observação e a experimentação do prazer diário devem ser o fim último de minha vida. Poesia não se aflora na escola, é preciso ter um caso de amor com a vida e consigo mesmo para incorporá-la.
"Uma rua é escrever, outro mundo é ser - poema."


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