Este céu nublado anuncia a chuva
que será apaziguante às inquietações dessa terra. Mas ao derramar-se, a chuva,
em mim não é mar que corre para uma baía eufórica e sim, um rio que não pode
correr; tornando-se lago doentio para tornar-se chão barrento, esquecido e
infértil.
De manhã, à janela, mesmo quando
o sol cintila as copas das árvores e ouço a euforia das crianças passando na
calçada rumo à escola, o que sinto é apenas imensidão: saudade. A dócil menina
reclama que meus olhos só falam tristezas, mas é que do meu corpo flui uma
suave canção: um mundo que já foi...
A noite chega trazendo luzeiros festivos
de Dezembro, ao passo que solitário e apaixonado, sorrio com as satisfeitas e
melancólicas flores do meu quintal. E assim faço-me dormente nas cores que
serpenteiam brincando com a seriedade desse mundo numa poética intrigante como
se cada dia fosse uma gloriosa morte...
Há sempre esta sinfonia que
entardece o céu cuja beleza é indizível e feliz; todavia, aqui onde piso o
barro enlameado (feito vazio de domingo em que fotos de dias festivos pesam
mais as dores), a tristeza sou eu.
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