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segunda-feira, 1 de junho de 2020

Distopia - Sergio Martins

Vinho tinto derramar e formando formato de coração cartazes para a ...


Entre Bordelaine, Baudelaire e um barato bordô...
Os vampiros se divertem
Onde a neve é linda sobre as veias azuis...
Eles, sem máscaras, alimentam-se
Da terra dos diamantes de sangue
Que deslizam pelos lábios vermelhos
Da sagrada, carnuda e bela boca negra...

Entre Bordelaine, Baudelaire e um barato bordô...
Às costas do Cristo, pelo Velho Oeste, não há boulevard,
Mas as máscaras romantizam o perene clima flamejante,
Sempre perigando feixes de luz em estardalhaços...
Nesta terra quente há flores do mal sem Bodelaire:
Lírica liberdade em decadência, acalentos sofismáticos
E pragmáticos, analgésicos teosóficos me acariciam,
Entretenimentos e namoros embaçam a distopia
E, diante da utopia civilizatória, a religião atenua
Os outros, chateando-me os ouvidos, de igual modo,
A vitimização e os dramas entediantes dos privilegiados...

Entre Bordelaine, Baudelaire e um barato bordô...
Ébrios e nus, vemos o pôr do sol
E, tão logo, as taças se beijam: Tim-Tim!
Até se quebrarem em rima ruim
E ao conto de faRda – a Zona Onírica em estopim:
- Perdeu, neguim!
Mais um dia de cine Hitchcock, diabólico festim...
O cigarro relaxa a espera da Primavera Tupiniquim
Entre Bordelaine, Baudelaire e um barato bordô...

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