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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A montanha por Sergio Martins



A luz mortiça da vela tremulou
na mesa vazia de jantar
como passos errantes na madrugada
que vigiam e aguardam a lua –
guarda-noturno sozinho na mesa de bar
observando os jovens foliões que ao menos o enxerga.

A brisa soprou nas folhas amareladas
e vi que no velho livro tem poeira e dor
enquanto os rostos são felizes nas fotos.
É que ontem, até a beleza das catedrais era fúnebre.

Há uma verdade: depois da má sorte climática
veja quão estranhos se mostram os sinos
cantando versos do além
à sexta hora das tardes de Agosto.

Nos dias em que namoros morrem
parece fazer muito frio e chover, mas estamos aqui,
no dia seguinte: um novo olhar nos surpreendendo...
pois, somos mora em todos esse jardim novo e ensolarado
- feito um amor prestes a nos renascer ...

Os mares azuis permanecem
ao passo que morrem os homens e seus degrados.
Estando só, o Sabiá, que mal há?
E caindo mais uma árvore na floresta, não fará falta?

"Os corações e suas juras sempre se partem,
contudo, as luas e os altares não mentem
antes que nossas almas se fartem."

Mergulharei no prazer e serei o desenho colorido que fiz:
submergido pelo mar tempestuoso e lírico.
E a montanha estará sempre no mesmo lugar,
lá onde a trilha tem ar puro e as borboletas dançam
norteadas pela música romântica 
do ventre materno de Gaia.

11 comentários:

Chris B. disse...

Que espetáculo!

Um beijo querido.

Leninha Brandão disse...

Maravilha,Sérgio!!!

Bjssssssss,
Leninha

Severa Cabral(escritora) disse...

Boa noite meu menino grande!
Inteligente sei que vc é,mas com tanta filosofia me dá inveja,rsrsrsrs
Montanhas elevadas,
altitude imóvel,
testemunha que me circunda.
Parte de um sentimento.
Parte de mim...

Hoje tem novidade no meu blog,rsrsrsr
Estive doente como sabes e me ausentei de alguns amigos,mas a maioria não se ausentou de mim...
Na minha volta tive que fazer algo diferente para agradar os amigos,rsrsrsrs,fiz uma postagem diferente da que faço no dia a dia...
por isso que estou te convidando a passar lá no meu cantinho só para dizer que tipo de amiga sou para vc,rsrsrsrsr
Bjsssssssssssssssssssssssssss
Nao esqueça de passar lá hém!

Carla Fernanda disse...

E nesse ventre tantos sentimentos paridos nesta bela poesia Sérgio.
Beijos e boa noite!
Carla

CEM PALAVRAS disse...

Sérgio,
Comecei a ler seu blog hoje e fiquei fascinada, a começar pela sua apresentação quando diz..."é isto que me faz um bem excessivo: tornar-me legível (para mim mesmo) ainda que com certa medida de obscuridade."
E quando você descreve o seu "eu pessoal" é com tanta lucidez e sinceridade que eu me emocionei.
Parabéns, além de uma boa leitura, o seu blog é também um colírio.
Estarei sempre por aqui
beijos

Anônimo disse...

Sérgio, o que posso dizer quando não há palavras suficientes?Esplêndido!

Abraços e obrigado pela visita!

psrecuerdame.blogspot.com

Bemsei disse...

As palavras que introduzem teu blog me cativaram. Li e reli. Sublime!
O teu poema, a eternização desse lugar no qual as "luas e os altares não mentem"...e que estará"sempre no mesmo lugar"...completou minha visão da impressionante foto que apresentas.
Obrigada, simplesmente obrigada pela possibilidade e privilégio de te ler.

Evanir disse...

Querido Amigo Sergio.
A muito ñ venho em seu blog como vc foi um dos primeiros a ser homenageados no meu cantinho não tem como esquecer seu talento poético.
Venho desejar um feliz final de semana beijos no coração,Evanir.

Smareis disse...

Sérgio quantas palavras bonitas que compõem esses versos."Os corações e suas juras sempre se partem,
contudo, as luas e os altares não mentem antes que nossas almas se fartem."Quanta inspiração!
Parabéns amigo!
Um grande beijo!

Smareis

Anônimo disse...

Maravilhoso!

"A luz mortiça da vela tremulou
na mesa vazia de jantar..."

Os teus poemas tem uma beleza e uma verdade tocante.Amo te ler.

Beijo, querido e um lindo domingo.

Severa Cabral(escritora) disse...

Bom alvorecer!
Reflexição para o dia de hj...
Deus é Pai (Poema)
Composição: Fábio de Melo

Quando o sol ainda não havia cessado seu brilho,
Quando a tarde engolia aos poucos
As cores do dia e despejava sobre a terra
Os primeiros retalhos de sombra
Eu vi que Deus veio assentar-se
Perto do fogão de lenha da minha casa
Chegou sem alarde, retirou o chapéu da cabeça
E buscou um copo de água no pote de barro
Que ficava num lugar de sombra constante.
Ele tinha feições de homem feliz, realizado
Parecia imerso na alegria que é própria
De quem cumpriu a sina do dia e que agora
Recolhe a alegria cotidiana que lhe cabe.
Eu o olhava e pensava:
Como é bom ter Deus dentro de casa!
Como é bom viver essa hora da vida
Em que tenho direito de ter um Deus só pra mim.
Cair nos seus braços, bagunçar-lhe os cabelos,
Puxar a caneta do seu bolso
E pedir que ele desenhasse um relógio
Bem bonito no meu braço
Mas aquele homem não era Deus,
Aquele homem era meu pai
E foi assim que eu descobri
Que meu pai com o seu jeito finito de ser Deus
Revela-me Deus com seu
Jeito infinito de ser homem.
Bjssssssssssssssssssssssss

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