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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Baby Please - Sergio Martins






Eu tentava em vão fazer o “Baby, please” na minha gaita vendo ao longe o tingimento do sol matutino sobre os prédios na sombreada e vazia avenida onde os Abricós de Macaco floriam maravilhosamente... Do seu quintal, o cheiro forte e agradável da terra me faziam questionar sobre a razão de ainda estarmos sob o alucinógeno dessa grande cidade quando nosso lar no interior nos reserva tanta felicidade...


Ao tempo que num profundo sono você se entregava, tentei imaginar os abrigos confortáveis e os prazeres que te punham em cárcere, como se as luzes e os adornos dessa cidade fossem entorpecentes de euforia... Talvez, antes de o sono lhe confortar, você também se indagasse: então são estes os sonhos que me furtam a vida...? Mas lhe deixei dormir... Sim, eu lhe deixei, assim como se deixa um maço de belos Crisântemos sobre o túmulo de quem se ama. E novamente, pela avenida floral, cansado e frígido, tentei em vão fazer o “Baby, Please” na minha gaita.


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