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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Soneto em solidão - Sergio Martins




Em solidão lírica e amiga, no quarto frio de menina,
entre rosas e brancas, perfume e choro de unguento,
como se o mundo fosse liberdade de apartamento
e minha vida negra tivesse a luz do olhar de felina... 

Em solidão e faminto, sacio-me ofertando um poeminha...
O sorriso da moça vem após seu elétrico cansaço...
Alegrinha e trêmula, refugia-se em gemido e abraço...
Ah, se tu fosse criança, entenderias a felicidade minha!

Em solidão e bem velado, durante a noite ou de dia,
estou na paz de minha antiga e estranha alegria
- sobre o colo da louca amada que me acaricia.

Em solidão e dormente, as tardes errantes me aliciam,
a noite e a mulher entorpecem as estrelas e me remediam:
de manhã, tenho o que não há no divã, na igreja ou na drogaria.

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