
O pêndulo do antigo e enorme relógio de parede lhe agitava às badaladas da alma, lhe punha em sonolência e então, deitava-se ao sonho. Velejava àquele inconsciente (coletivo de menino) divagando sobre o colo feminino: o homem tão bruto e ao mesmo tempo tão desamparado e romântico em busca de sua inalcançável amada.
Achegou-se num passado longínquo: um simples trovador desamparado no cais à espera do navio real português trazendo sua deusa lusitana. À noite frígida, ansioso e angustiado no porto, ele vê um farol ao longe perdido na escuridão do mar. Acha que já é dia e se permite à loucura: é Agosto! Rainha Maria vem chegando! Sua majestade se aproxima em sua luz pomposa e crescente. O navio aporta. Seu farol é silenciado. O menino homem festeja como se visse Sírius: sua mais doce “estória” da realidade - fantasia de sua estrela maior!
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