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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Soneto à Veleira - por Sergio Martins





                   
Na futilidade deste barco puseste tua vela- fiz-me par! 
Assoprou-se tua chama sobre minhas ondas
inquietas e juntos dormimos qual conchas
algemadas uma a outra- enternecimento do bravio mar!

Aprendi a me acalmar, a despejar-me, saborear o fruto,
a crer que perigo mesmo é não se aventurar,
e que o maior de todos os pecados é não amar;
e hoje luto, unicamente, por quem me roubou o luto.

Senti o perfume dos campos à frente das colinas,
a lição que sem felicidade tudo é vaidade
e que sem poesia, todas as verdades são utopias.
           
No mar sofrido guiado pelo vento sulista
colocaste tua Barcarola- de nós, fizemos
um só leme amante, contento e artista!


Quadro: Barcarola de Salvador Dalí

Um comentário:

maria claudete disse...

Sabe querido amigo e poeta neste universo imenso sempre lembro que o barco somos nós e o mar é o Deus que cremos e que nos impulsiona ...mas uma coisa é unânime , você a proclama:" sem poesia todas as verdades são utopia" , para mim Deus é poesia! Maravilha iniciar o ano com este presente poético .

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