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segunda-feira, 13 de maio de 2013

Soneto à minha vitória - por Sergio Martins





À boca da noite, um feixe do anil resplandecente riscou
o céu que sussurrava tempestade feito rasgo de sua
palavra no papel em branco – desprezado nesta rua
onde o prazer cai no ocaso – à luz cinza que nele vibrou.

Mas não contentada em ser admirada, a lua sobre o monte me assistiu
instigado ao fogo vívido e a minha visão insignificante
na noite que, talvez, seria fútil, acendeu-me importante,
pois quando a brisa tangia-lhe os cabelos a graça não me comediu. 

Qual tema sinistro à noite deprimida, vi a lua distraída às vésperas do fulgor
do novo homem que da vida, só a felicidade quis, ainda que em gozo
escondido- como orvalho no eclipse- estivesse todo o seu amor. 

O tecido morno daqueles lábios ansiei como a vida toda de fantasia e glória
e naquela canção grata a Deus, o deleite reviveu,  e eu, sorri lançado à
morte do primeiro beijo ao luar de minha trêmula, tímida e aflita Vitória. 

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