Mas em contrapartida às duras penas de minha vida, sou orgulhoso de ter feito meu próprio epitáfio: foi-me revelado o tal "pulo do gato", de modo que, não apenas contemplei de longe a "terra prometida" como também, abracei o amor à vida e a paixão por essa contraditória existência, ouvi o silêncio divino das montanhas e a sinfonia poética da mulher amada que aprendi a conquistar e me apaixonar todos os dias, respirei e prendi o romance cotidiano ao meu ser em meio aos anseios capitalistas dessa poluição modernista, recebi de Graça e cultivei extraordinárias amizades, expulsei os demônios de minha alma, me afogar em tristeza e me exasperar de contínuo; todavia, neguei o inferno, agarrei meu paraíso, pedi perdão, soube perder e a hora de parar, experimentei a alegria vívida das crianças que nunca se retiraram de mim e jamais deixei de criar a arte nos apertos desse gueto. E agora, prostrado à sombra do fim do caminho, o frio todo dessa morte lenta é amenizado pelas chamas que se fortalecem alimentadas pelo encanto da terra em que me enlaço com gratidão. Portanto, ante à iminente e eterna despedida, arremesso um maço de nobres Crisântemos, uma coroa de Rosas aromáticas no túmulo-altar desse solo paradisíaco, convicto de sossegar deleitável pelas bênçãos adquiridas, de ter conquistado um relacionamento íntimo com a imortal felicidade e com a sagrada tristeza mesmo nos atalhos em que a escuridão pareceu-me enlouquecer. Enfim, de tudo o que recebi e que me foi furtado, levarei a poesia: a beleza que Deus me apossou e com a qual, me casei para além-mar".
De agora em diante, cada folha terá sua utilidade e seu alto valor para mim, porque aos olhos sensíveis, a desfolhagem outonal é como o sono: paisagem que abriga a esperança de uma primavera em flor. É a beleza da morte.
Imagem: Google
12 comentários:
É impressionante o que transmites nas palavras e o que sinto ao ler-te!
Um beijo meu amigo querido.
P.S.: Desculpe, só apaguei o comment anterior porque minha frase estava incompleta.
Sérgio, parabéns por este quinteto de textos que chamam para vida, vida resistente que contempla o bailada das folhas caídas que no vento ritualizam o recomeçar.
Abraços com carinho, Jorge
quanto sentimento trasmitido ao leitor, muito bem feito o texto!
Abrçs
Sérgio,
você é a tradução da sensibilidade, amo vir aqui, parece que renova minha alma.
Além do blog que você conhece, eu tenho outro comunitário, adoraria postar algo seu lá (claro com os devidos créditos) gostaria de deixar um link seu por lá para que as pessoas te conhecam, posso?
Me deixe seu endereço de e-mail que falarei contigo sobre isso.
beijo
Sergio...amo seus relatos.
Cada frase que vc coloca sinto como se vc estivesse a meu lado.
Os testes não vem para os fracos.
Sua escrita é impecável...e vc, uma pessoa especial.
Deus de deu o DOM da escrita. Cuida bem dele.
Bj
Ma Ferreira
Ps. obrigada pelas visitas a meu blog. gosto muito de te receber.
na beleza de tuas palavras, seus leitores se perdem...beijos achocolatados
Passei pra te visitar e agradecer a spalavras sempre gentis que vc deixa em meu blog.
bj
Ma Ferreira
*Sérgio, bom dia !!!
*Garoto, vim aqui para TE
AGRADECER pelo teu comentário no
meu amado *Caderninho e para
conhecer este teu espaço !!!
*Sérgio ... você me parece ser
do signo de *Peixes ! Acertei ?!
*Menino, tenhas um divertido
dia de domingo ao lado dos
teus !!!
*Fiques com Deus.
*Um abraço.
Olá Sérgio,
Que lindo!!!
Bom quando podemos escrever no nosso momento final que aproveitamos tudo o que a vida pode nos dar e que também não ficamos devendo nada à ela.
Uma sensação de "Missão cumprida".
Adorei.
Beijos
Ani
Muito bonito! Comovente.
beijos
OLÁ SERGIO
PASSANDO PARA TE FAZER UMA VISITA. PARABÉNS PELO BELO BLOG E AS BELAS POESIAS. SE VC ME PERMITIR EU GOSTARIA DE VOLTAR. UM ABRAÇO.
BRISA
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