.jpg)
O domingo se encorpa e ela apenas passa; tornando vulgar e sem graça tudo o que vem após si. Já na cama, onde a leveza de sua tez pálida ainda guarda alguns traços de maquiagem e seu corpo inteiro parece ser ainda mais flamejante sem a aragem crepuscular, ela há de sonhar antes do sono e deixará cair as palpebras à meia-luz do quarto, crendo que sua manhã é um olhar forasteiro. Seu amanhecer é a noite em que a flor da juventude desabrocha e apaixona-se outra vez para morrer definitivamente nos braços da infinita e sombria vida. Apossada de sono e de vinho, traga o fumo, abraça o travesseiro e sorri aquele risinho de menina que acaba de conquistar um presente inusitado; pois, embora satisfeita, sabe que há muitas auroras à espera de sua luz.