Os rios continuarão secando, os mares poluídos invadindo cidades e a terra há de vomitar os maltratos da humanidade. Uns chamarão isto de fenômeno da natureza, outros de tragédia e alguns de apocalipse.
Quem sabe não seja um ciclo, o êxodo pós-moderno para a nova terra e o novo céu ou o novo gênesis que a religião esqueceu de pensar?
Mas num cantinho deste agreste abandonado pelos deuses do poder, uma família pobre em seu casebre não há de se queixar desses acontecimentos. O pai trará os cereais no cesto, os filhos a lenha, as filhas as frutas e os legumes, a mãe porá na mesa sua arte e seu amor antes que todos, em sacra comunhão e alegria, rezem gratos ao Senhor do Bonfim.
E lá fora, a despeito de toda desgraça e de tanta ganância, veem-se as copas amarelas do Ipê que volitam à musica primaveril; e ao seu pé, um imenso e redondo tapete dourado. São mundos que se recriam e riem da maldade alheia, flores lançadas sobre o túmulo, folhas que sempre voltam a se encontrar pelo chão, ignorando todo desdém a que são subjugadas.
Imagem: Google
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5 comentários:
Que texto incrivelmente chamativo à reflexão, Sergio! Graças a Deus que "os mundos se recriam", mas me pergunto: até quando?
Bj carinhoso!
Bela composição meu amigo, uma bela escrita digna de aplausos, meus parabéns! pois é, cada um denomina certo ponto de uma forma diferente, todavia o que todos temos que saber é que a maldade humana continuará ainda por muito tempo mergulhada no desperdício.
Dan
Olá Sergio, que bom velo em meu Mar, muito bom o texto! Ótima tarde. bjs
Oi, Sérgio.
Gosto muito de tudo o que vc escreve. Toca a lama da gente...
Beijo grande.
Linda poesia...Parabéns!
O mundo muda, se cada um de nós fizer só um pouquinho.
Vc deixa este mundo mais belo, com suas poesias, reflexões.
Otimismo sempre!!
Bj
Ma Ferreira
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