Enquanto criava o belo jardim em meio à aridez e a poluição desse solo, passei muitas vezes pela esquina do medo. Após o medo, o sabor da conquista. Agora, nos deleites do jardim, deixo meu broto de esperança na terra estéril: vença o trauma que te impede de arriscar, a ideia de inferioridade que obstrui os sonhos, as preocupações demasiadas que sufocam a paz, a preguiça de não fazer um caminho extraordinário para ser trilhado, a timidez em revelar seu eu-interior, a culpa que só atrasa a paz, o medo de desabrochar para o amor... A partir de hoje, sua tarefa é apenas cultivar um clima favorável para o crescimento do broto sem se importar com a ameaça das pragas. Saiba que vencer pode significar morrer por causa da aventura de um viver intenso que tudo arrisca, mas não se ganha um troféu sem se colocar à disposição dos perigos; portanto, ser vitorioso é primeiramente atropelar o medo sem jamais se esquecer do broto: a história que é preciso deixar como sendo uma paradisíaca herança na alma do próximo.
Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
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"A guerra nunca é um fim último (...) Na terra de quem ama, até a morte é adubo e a tragédia, fecu ndidade."
11 comentários:
Sergio,
o fim é sempre um recomeço.
Beijo imenso.
"Hay que endurecer sem perder a ternura jamais"
Linda mensagem de coragem Sérgio e delicadeza.
Beijos e bom dia!
Carla
Oi, Sérgio.
O medo não pode nos paralisar.
Deixa brotar novas alegrias.
Bjos.
Sérgio, que texto lindo, muito sensível, que esse edificante jardim criado na aridez seja perene e lance muitas e muitas sementes na alma do próximo.
bjs.
Como é belo o olhar que vê no chão seca a fecundação, nas lágrimas a superação e na vida sempre um recomeço. O medo faz parte e é necessário para o crescimento.
beijos
eeblmlibras.blogspot.com
Sergio... adorei suas cronicas. bela mensagem ao final.
Agradeco suas visitas sempre tao gentis a meu blog. Me alegra ver vc por la.
bj
Ma
Realmente temos que cultivar os brotos da esperança, sem se importar com nossos medos interiores.Não se ganha um troféu sem se arriscar na vida. O medo faz parte de nossa caminhada. Um abraço meu amigo. Parabéns por mais essa obra poetica.
Sérgio
O medo, se controlado, é coisa de muita valia. Torna-nos, verdadeiramente prudentes.
E isso é o início da autoconfiança.
SOL da Esteva
http://acordarsonhando.blogspot.com/
E quando der sombra...
que bom é deitar-se à "sombra duma bananeira"!
Forte abraço
*A expressão é de cá.
não sei se vocês a usam. Significa: não fazer nada!
História linda essa sua! Que vivamos a atropelar os nossos medos para termos sempre uma história para deixarmos como herança.
Beijos.
e a vida se recria sucessivamente na natureza... novos medos, novos desafios, por isso é sempre bom deixar bons brotos.
Gostei muito dessa comparação.A natureza funciona igual para todos que nela habita.
beijos
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