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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Demora - por Sergio Martins




A lua distante e frívola no mármore negro vem estrelar o tempo em que sua boca pintava-se ao meu acento – circunflexo. O fugidio sol de inverno entre nós qual flor da tarde de vida breve é navio atrasado que vai ao encontro de quem lhe espera ansioso. Aguda e gélida, a brisa estremece o corpo e remete à alma todas as cartas e amores desejados que não chegaram aos seus destinos. O crepúsculo delongado dorme aos braços da noite silenciando a crueldade humana como um velho que acende o cachimbo e com seu olhar vespertino, da calçada, vê a beleza que passa alegre na rua ignorando toda a antipoética existencial. Os galhos secos movimentam-se à sinfônica dos gotejos de chuva duradoura feito acordes de violino anunciando a demora de um mundo sonhado, a melancolia junina, a beleza triste – dor de um divino prazer.


14 comentários:

Anônimo disse...

Há muito beleza nesses olhos que se demoram...

Querido, vc é pura poesia.

Beijos

Acácia Azevedo Studio Pottery disse...

Querido, muito obrigada por suas doces palavras lá no blog. Seus poemas são sempre um entardecer reflexivo, um despertar desejado, um sol a pino pondo a claro a alma humana. Bjs. A.

Carla Fernanda disse...

Lindo!!
A dor sempre inevitável, mesmo que divina, sagrada...
Beijos Sérgio!!
Carla
;D

SOL da Esteva disse...

Sérgio

Amor sempre casa com Sofredor

SOL da esteva
http://acordarsonhando.blogspot.com/

Peônia disse...

"Os galhos secos movimentam-se à sinfônica dos gotejos de chuva duradoura feito acordes de violino anunciando a demora de um mundo sonhado..."
Elementos perfeitos para exemplificar tamanha emoção!
Beijos!

MA FERREIRA disse...

Segio..
Lindo texto....amor...dor....
A dor vai embora.. o seu belo texto fica.. é seu..sua herança!
bj no coração!
Ma

Leninha Brandão disse...

Sergio,tens o nome de um amigo/irmão,
tens no poema a sutil beleza vespertina e silencias,com tuas rimas,o feio,o melancólico,o triste...Tens um Dom.
Encontrei-te e me encontrei nos teus poemas.
Abraços,
Leninha

Luciene Rroques disse...

Bela prosa.
Um abraço!

Flor de Lótus disse...

Enquanto a gente espera tudo demora demais, demora e demora, o tempo parece estar congelado,mas tudo acontece a seu tempo,por mais que a gente tenha dificuldade de assimilar isso.
Beijosss

Sandra Gonçalves disse...

Poxa, o poeta hoje se superou em inspiração...Lindo demais.bjos achocolatados

Débora Andrade disse...

Vim aqui para avisar que te deixei algo em meu blog. Uma singela lembrança, breve homenagem, só para dizer um pouco da sua importância. Esta na minha última postagem, de hoje, dia 26/06: "Singela homenagem, sinceros agradecimentos". Ao clicar no seu nome, o seu perfil aparecerá, para que os outros leitores possam assim como eu, te conhecer e apreciar. Bom, espero que goste das palavras por mim deixadas, são sinceras e de coração.
Enfim, você é muito especial.

Beijos,
Débora.

Anônimo disse...

Oi, Sergio.

Vim matar a saudade dos seus belos textos. Cada um mais lindo que o outro... é pura poesia em prosa!

Adoro ler-te, amigo.

Grande abraço! :)

MA FERREIRA disse...

Sergio...
Vim te desejar uma semana de paz, com muita inspiração.

Bj

Ma

Anônimo disse...

Retribuo a visita ao meu blog. Volto encantada diante de tão belas e profundas vivencias que lí aqui!
Bjs, parabéns!

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