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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Nobres adornos (Amor de Ariel - parte 2) por Sergio Martins



A grande árvore de Natal da Sala fora vestida de nobres adornos por Ariel que após ficar alguns minutos imóvel diante de tal alegria dos olhos, andava de um lado a outro rindo de si mesmo. Ele que sempre foi tão racional e sensato, não sabia explicar e até mesmo ficava espantado com o fato de ainda estar perdidamente apaixonado pela mesma mulher ao longo de tantos anos. Aliás, pelas suas próprias conclusões concebidas algum tempo depois, entendeu que jamais deixou de amá-la; mesmo quando o tempo da desilusão lhe fizera crer que tudo foi uma miragem psicológica advinda de sua sede no deserto das emoções, mas agora, com o amor recém acordado, seria um equívoco não acreditar que seu olhar mágico para a vida também vinha da crescente paixão por ela. Paixão que lhe acendia o corpo e a alma todos os dias...
Foi assim andando e divagando tais questões pela casa, até parar ali, entre sorrisos e lágrimas de alegria, agachado no cimento lodeiro da escada da varanda onde desenhava um coração nos musgos com uma pedra e dentro dele escrevia a palavra amor enquanto ela, a mulher sua, quieta e de súbito, apareceu desembrulhando o riso floral numa candura de menina em mais um dia feliz escrito em seu diário; pegou a pedra de sua mão como que tentando vestir de nobres adornos aquele encanto adolescente do seu namoro e escreveu: eterno.
Imagem: http://eudecoro.com/natal

3 comentários:

Luanna Saraiva disse...

Como não ficar emocionada com Ariel, a qual imagino mulher, com um coração de jovem. Aquele desejo profundo de que se eternize, e o euforismo guardado na palavra escrita no chão, de saber que seu homem ainda a ama. Não há mais o que falar. EU que sou sua fã Sérgio!

Sergio disse...

Pelo E-mail, recebi este comentário de meu amigo André Silva: pelo pouco que li, prevejo não um operário, mas uma ópera em construção. Um repente mar de surpresas boas. Um olhar generoso sobre o marasmo.
"A desconstrução dos conceitos nos torna possíveis e viáveis."
A tua poesia tem o frescor de um vulcão ativo.
Estou contente.
Obrigado!
André Silva

Sergio disse...

Minha resposta ao amigo André Silva, também por E-mail: Mano André, muito obrigado pelo comentário. Estou dando meus primeiros passos na arte de ser blogueiro e pretendo amadurecer como escritor. Você me agradeceu; só que eu é que fico grato por tê-lo como crítico-leitor. É para gente inteligente feito você que eu encontro alegria para produzir e publicar meu trabalho.
Valeu mesmo!

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