Em prol dos prazeres de cana, açúcar, ouro e vinho,
a Terra-mãe sofreu as tragédias gregas sem fim;
mas antes de ser das borboletas o seu jardim,
viajara no afã
deste Alentejo em que me aninho.
Voa longe a agridoce voz lusitana, atravessa o
Atlântico e me afaga:
de nossa lágrima negra - temores, o diamante dos
senhores;
virá, da amarga infância, sua paixão de sexta-feira -
amores:
no sábado, em seu afã pelo Brasil, não mas terei o
susto de sua chegada.
A distância que nos une é a extensão de minha alma:
Guanabara em beleza triste que canta e desatina -
desejo absurdo, miragem de menino que me acalma.
Derramado à vermelhidão, o céu festivo que mendigo,
amanhecerá no olhar de mãe Maria: alegria de filho
que volta ao seu lar – minha ressurreição de domingo!
4 comentários:
Um soneto feito se cheiros e sabores perdidos no tempo mas gravados a fogo na alma de cada um de nós.
Quando tudo passa sobra sempre a melhor parte que ninguém nos poderá tirar.
Tenha uma páscoa feliz.
Bjs
Dadi
O seu soneto está divino! Poderia ser acompanhado com uma música de fundo de Mariza, seria uma conjugação perfeita.
Gostei especialmente dessa parte: a distância que nos une é a extensão de minha alma.
Um beijo em você, de coração.
Belas palavras, querido.É sempre bom te ler.
beijinhos
Postar um comentário