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quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A poça por Sergio Martins




Na poça escura de tua calçada vi a luz dourada do poste tremulando ao vento fresco de Setembro e de tempo em tempo, se fragmentava às vibrações do som e das lágrimas da garoa... Estive ali por um considerável e bom momento absorvendo toda diversão daquela graça incomum, qual menino bobo, sonhando com o brilho colorido que esta vida nebulosa pudesse me presentear como a água límpida das nuvens acinzentadas que me dedilhavam sutilmente, e assim, enchi-me de um apetite insaciável de me realizar num outro tempo que era só nosso. Desejei como nunca, eternizar-me neste feitiço do olhar que me persegue a alma e que minha vida inteira fosse aquela poça obscura, interminável e iluminada por sua dispersa e distraída poesia.

Foto: Google

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