(...) A pele inteiramente desnuda, arrepia-se, sofre o frio do ar condicionado. As mãos de seda agarram a camisola de cetim e cobrem o maravilhoso corpo- orgulho do Deus da beleza.
À meia-luz estática do abajur, sobe trêmula e azul-acinzentada a fumaça de seu "filtro amarelo". Enquanto procurava o cinzeiro, percebe a vitrola ainda com sua capa descoberta; porém, desligada. Quando liga o toca-disco nostálgico, a agulha crepitante reproduz o som da faixa em que há dias estava debruçada: "Se a paixão fosse realmente um bálsamo, o mundo não seria tão equivocado. Te dou carinho, respeito e afago, mas entenda, eu não estou apaixonado. A paixão já passou em minha vida..." (Renato Russo)
Sheyla se acomoda na maciez da poltrona e dela faz seu divã. Leva as mãos a uma breve massagem na cabeça, se livra da guimba e relaxa. Ao voltar da terapia, já não tem música, só a luz calma e fúnebre do abajur que mergulha à escuridão gélida da cama um corpo estranho e trágico de menino (abandonado)...
Imagem: http://delas.ig.com.br/
3 comentários:
Que triste estes momentos de Sheyla... sem Amor, nada somos! Paixão, de fato, passa!
Continue...
Beijos...
Que inveja viu?
Não tenho a menor vocação para escrever com você rapaz.
Precisa ser detalhista, calmo e com tranquilidade descrever cena por cena.
A inquietude joga a minha caneta na parede, grita para ser breve e não me deixa ser assim como você.
Beijos lindo
Te sigo urgente
Gemária Sampaio
Olá meu caro.Pobre Sheyla!Ela teme o que mais quer na verdade,mas não tem coragem de admitir isso nem a si mesmo. "mentir para si mesmo é sempre a pior mentira..."Renato Russo.
Beijosss
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