Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Soneto à terra seca por Sergio Martins
Na dispersão daquelas nuvens, choveu no dia de sol
e submergido pelo acústico da vida intra-uterina,
curvei-me qual embrião e feliz como ave de rapina
que se eleva afobada diante de seu tão precioso atol.
As ervas e as flores perfumaram docemente o caminho,
na manhã crescente, quieta, vagarosa e contemplativa
com seus pardais e sua atmosfera simples e inventiva;
como se fosse a límpida transparência do meu anjinho.
A tarde me aliciou em meio a uma fresta prateada e forte
no céu e ela; magra e branca qual ávido copo de leite
deitou-se no leito crepuscular; pois dela eu sou consorte.
Neste andamento, sem as canções, as luzes e as cores do dia,
sobre a pedra dourada me assento arredio de lucidez
sentindo o cheiro da garoa voltar à terra seca que me refugia.
Foto: Google
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Um comentário:
Sérgio..
Peço a autorização..a aqualquer dia dexte, postar este seu poema juntamente com uma peça de ceramiva.
Claro que mencionarei seu nome e eu blog.
Profundo este seu poma.
Parabéns!!
MA Ferreira
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