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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Certeza rotativa - Sergio Martins





O coração é só este este mundo fantástico, abrigo da paz inventada, oceano bravio ou desfiladeiro sinuoso?
Nosso sonho é a riqueza de poucos. Nele, vejo meus destroços, jovens abandonados, sobreviventes da arte maior.
O Amor que nos une é um engenho prazeroso, belo piedoso, bem duvidoso, remédio perigoso, cura mortal.
Poesia: universo do brilho sem fim, sedução falaz, êxtase ligeiro, vício apaixonante pelo qual agoniza minha alma.
Toda a nossa vida é uma graça irrecusável, um dom coercivo, lágrimas que meus olhos tentam esconder, justiça desamparada, esmorecimento que os sábios fogem, catedral das sensações, o eterno desbravar na obscura imprevisibilidade.
O amanhã parece ser o que nos espera - realidade mal-humorada que, à força, nos conduz à aflição da certeza do indesejado.
Toda esperança apenas é um atirar-se nas imprevisibilidades sem a preocupação com as indisponibilidades divinas; porém, ela, a esperança, não nos assegura que a realidade mudará e poderá nos arruinar.
Você disse que o mundo é um suposto porto seguro e eu perguntei novamente: onde estamos...?

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