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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fragmentos - Sergio Martins



A dispensa, a perda, a falta, as pequenas e diárias mortes que se instalam quando as coisas e as pessoas se vão...
O ter que partir quando não se tem ao menos força para andar, é adquirir na alma os buracos pelo que se perdeu e os pedaços – das coisas e pessoas que amamos – passam a morar em nós...
Vejo a chuva sobre as retinas, olhares embaçados contemplando a beleza (embora não possam absorvê-la para a alma seduzida), pálpebras se movendo frias sob a névoa do tempo indiferente... Enquanto eu percebia a dor do mundo, ouvi as vozes de um outro mar: "incorpora-se em nós a umidade dessa meia-luz, nos adentra o quarto minguante do luar, o lindo canto dos pássaros nos é revertido como uma filarmônica lúgubre e parece que só temos as batidas do coração para nos aquecer os ouvidos abandonados; e porque somos desempregados da arte de amar e de sermos amados por quem mais nos dedicamos; nos advém a penumbra de um adeus: tudo é saudade, chão sem chão, olhar viajante e saudosista para a imensidão colorida e jovem..." 

Um comentário:

Ani Braga disse...

Que lindeza!!!!

Que seu final de semana seja maravilhoso.
Beijos
Ani

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