Foi-se o mar. Estrelas descansaram. Andorinhas descobrem novos horizontes e a chuva desaba mansamente enquanto me acolho na gélida canção de um vento ansioso.
O barco lança as âncoras, as pegadas somem na areia em que se fragmentam os desenhos e as palavras afetuosas, os pés se afundam na umidade imprevisível, ondas alvoroçadas formam espumas densas - uma breve inquietação pelas questões do amanhã - os carros passam velozes e inconsequentes como as preocupações... E eu só queria estar ali, degustando aquele sabor glorioso, mas você não veio... Deixei de esperar, fui me rebuscar no céu do mar onde a lua que estremecia no balanço da maré alta era a recordação das turbulências do seu olhar...
Outrora, você corria ao meu encontro e eu não deixava de me encontrar apaixonado e quando partias, nossas partes se uniam; hoje, em razão de ser expulso, eu sumo, sua voz desaparece e para o meu anoitecer, nesse mar você se reflete.
Mas é por ingenuidade de te sensibilizar com esse meu jeito de obter novamente aqueles olhares lunares, que no silêncio desse expressar longínquo e desse velejar transoceanico, me torno exaustivo à picotar-te à emoção:
vai-te amar,
vai-te às maresias
para o teu ser libertar!
2 comentários:
Eu agradeço muito ao Sérgio por ser hoje fotógrafo e músico. Na verdade eu queria ser escritor, mas lendo o que o Sérgio escreve, desisti na hora! He he...
lembranças memorias que o tempo não apaga
beijos
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