Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
domingo, 7 de novembro de 2010
Soneto circense por Sergio Martins
No picadeiro encontrei o meu maior amor:
eu, menino solto, vi a nascente graça,
ela, menina-flor brincando em sua praça
- erotismo de Neruda: irrecusáveis aroma e sabor.
No picadeiro encontrei o meu maior amor:
eu, mágico driblando a realidade,
ela, equilibrista seguindo uma só verdade
- romance de Frost: novo brilho, nova cor.
No picadeiro encontrei o meu maior amor:
acrobacias ao som dos tambores de guerra, coração
na mão do palhaço - drama trágico de Sheakspeare: prazer e dor.
No picadeiro encontrei o meu maior amor:
sonhos compram e vendem-me na comédia de erros e
de contorsionismo- minha autobiografia: ser-circense e amador.
Imagem: http://encontmarcado.blogspot.com/
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"A guerra nunca é um fim último (...) Na terra de quem ama, até a morte é adubo e a tragédia, fecu ndidade."
Um comentário:
Sergio, realmente um tema semelhante ao meu poema transversos de mim e o seu belíssimo soneto circense e nesse picadeiro vamos nos apresentando sob a lona de um grande circo, onde o espetáculo não pode parar, abraço poeta
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