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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Soneto de facilitação por Sergio Martins



De tua boca amelada desejo a noite e a fundura
morna enquanto me permites a língua aguada
de regozijo; mas contento-me só com a amada
sonhando o cansaço de sua dor e fechadura.

As cores de teus olhos me entardeceram a aflição:
pela frente- janela central onde voa minha alma-,
e de perfil- porta lateral da liberdade e calma-;
e as lágrimas de tua ansiedade é minha realização.

O amor de teus seios é contraditório- minha definição-;
a complexidade intrigante de teu ser é meu leite vital
e é dessa morte lenitiva que me satisfiz de facilitação.

Não se zangue com as exaustivas líricas dessa comoção,
já que teu deleite é fruto de minha loucura passional,
pois de que outro modo seria livre e intensa nossa razão?

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