"O egoísta, pelo menos faz algo pra si, que é a promoção de si próprio e do seu negócio. E nisto ele pode exercer genial profissionalismo ao ponto de fornecer um exímio serviço à sociedade. Já vi capitalistas selvagens tendo surtos de solidariedade... Já o parasita, (este inerte, pútrido e desonroso ser politicamente correto, este covarde travestido de bom moço que vê a degradação e a injustiça e nada faz além de emitir falsas esperanças e palavras pretensiosas que tentam convencer o miserável de que sua indiferença é divinamente justificável), figura a classe da ignorância no sentido mais burro da palavra. Mas não é a burrice sincera e ingênua que nos faz até mesmo rir ou sentir pena do burro; digo, pelo contrário, daquela que nos causa asco."
Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
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