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terça-feira, 2 de julho de 2013

Na despedida - Sergio Martins





Ficamos à porta de casa
pois eu não quis entrar...
E escrevi mais uma carta
só para não te encontrar...
Todo trabalho, toda farsa,
era a vontade de descansar;
se não te vi de alma farta,
talvez fosse pra te alimentar...
Paramos na mesma estrada
até assistirmos o entardecer...
Entendemos que o abraço na pessoa amada
foi nada mais que um desejo de esquecer
e a morte que bebemos de madrugada
é a existência deste belo dia para se viver;
então não vá me olhar, me encontrar ou dizer;
porque há só o prazer pelo vício ou o vício pelo prazer:
somos a arte pela arte, comunhão de ter e de dar,
ao sol e à chuva curtimos, pois aqui (na despedida) é o nosso lugar.

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