Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Autoajuda por Sergio Martins
A mais singela onda pode a qualquer rocha machucar,
mas não terá o topo da montanha e dele fazer seu lar.
Até que no verão, não poderemos achar seu rancor;
o mar e suas paixões serão sempre casa de pescador.
A lua de maré alta é beleza única e ensandecida
que há de ser riso e ré de toda hora entristecida.
O tapete de folhas nos conta os voos que faz
e essas flores raras é só o vento forte que traz.
Não poderá tomar o velho remédio nem beber religião
quem se acostumou em amar do sol, a festa e a solidão.
À frente da noite fria mora o amanhã de boa novidade
e após o Vale de Lágrimas será ínfima toda tempestade.
Foto: http://p3nsam3ntos.blogs.sapo.pt/arquivo/587672.html
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