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sábado, 30 de outubro de 2010

Do simples, o doce veneno por Sergio Martins



Adentrou-me o amargo do seu abraço, um peso na consciência pelo seu descaso... Seu olhar me é depressivo, em teu sorriso há uma cilada irresistível e cruel... A química me entorpeceu numa estranha sensação:
uma foto rasgada no chão,
uma carta pra ninguém,
conversa sem razão,
cantar– triste tentativa– esquecer o desdém...

O que me faz bem é o que mais me faz mal: Aprendi a gostar de escrever e de ler o que não é do meu dever– psicoterapias–, a querer o que não é não do meu querer, a considerar a solidão como fiel companheira e a lutar contra o que não pertence ao meu ser...

Virou-me para baixo, do avesso convivo, sempre como ontem, nos traços errantes desse escrito– alma em desordem, homem-não-homem em abundante aflição...

O que me faz ver o atraso,
infelizmente, mora ao lado,
esquerdamente batendo forte,
velozmente me desvia do norte,
ilegalmente me subtrai a sorte;
e o insucesso não me responde
se ainda tenho jeito, sentido, vida, morte...

E tudo era tão simples...


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