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quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Orvalho da tarde por Sergio Martins



Se acaso me dissesses não,
eu poderia ser alguém melhor
sem a ilusão do ter sem possuir.
Mas sempre me abandonas
com um tal desejo de me amar,
e me torno nesse “vão sentido”
de aprender que em cada dor
há um bom motivo para sorrir.

Ah! Quem me dera novamente ter todo o sim
de tua alma para, enfim, conquistar a graça
de ser livre e saciar o meu desejo de viver
feliz sob o orvalho da tarde e longe de você.
Pois, tristeza mesmo é acordar do sonho bom
e saber que você ainda é o perfume, o vinho
de minha embriaguez, a música venenosa
que me rouba o sol e quando me sinto,
estou perdidamente abraçado pela noite
feito imensidão que vaga
no esquecimento do universo.

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