Ao longe, és tão pequena flor,
minha grande estrela do mar
que a tudo silencia num ardor
e incendeia-me este serenar!
Saltam-me aos olhos coisas poucas
como fossem tesouro de viver...
Que vergonha ver minhas loucas
e miseráveis verdades em teu ser!
Nos teus olhos de azul manhã
sou recém-nascido em aflição.
Em paz. E acho, que o teu afã
é ver tua desgraça pelo meu coração.
Contigo, mesmo na tristeza eu posso florescer
para bronzear de nobre o cobre de tua face
e ser feito sorriso no teu seio ao entardecer
de Junho desmaiando no inverno desse enlace.
Stella Maris, um serenar que incendeia!
Uma dor que silencia os horrores!
Maris Stella, estrela do mar que norteia
a imensa flor dos meus pavores!
Quando anoitece frio e o dia veste gris
estrelando nostalgia do que já sorriu,
seu espectro despe meu corpo de anil
e os mares se apagam no sonho feliz.
Stella é um eterno achar só para perder
e mares de tudo perder só para se achar.
Libar acre, ser estrela do próprio viver
sem reparos, viajar, abordar e se ancorar.
Foto: Anjinha Má
Fonte: Google
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