É hora de partir pro barulho que vai calar
mais uma pergunta – sombra a me ocultar.
Descerá pela garganta o doce de um ardor,
outro trago de quem nunca traga a dor.
E só se pode voltar quando toda aquela luz se apagar,
o cansaço do jogo perdido é “ninguém” quem vai pagar.
Cachorros que ladram e fantasmas até que são boa companhia,
Cadilac`s e fuscas na loja ou no ferro-velho também são velharia.
Sou livre pois vivo em minha própria cadeia
e acho prazer até mesmo quando ela está cheia.
O amanhã acorda e dança o voo breve – ressaca de mar.
Mas cada noite traz uma dama, uma cama onde sou par.
O vinho também acabou
e ela, outra vez disse não,
o dia silencioso já raiou
e nunca sei que horas são.
Minha casa mora em qualquer esquina,
a eterna juventude não é utopia, doa a quem doer.
O que sou já não é maior que minha sina;
só um louco tem fé que a melhor recompensa é viver.
Foto: http://minhavidaemgramas.zip.net/arch2008-11-01_2008-11-30.html
Escrevo pela ilusão de eternizar a beleza, pois é dessa poética que se alimentam os amantes da arte. O que realmente interessa-me é não frear o impossível: controlar as palavras - é a arte quem me guia. No momento em que as palavras me conduzem, mesmo levado pelas ilusões, exponho minhas únicas verdades... É nisto que contém sentido: tornar-me legível (para mim mesmo) mesmo com certa medida de obscuridade.
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