olhou-me assim de soslaio,
por minha veneração recebi de minha razão mais um vaio,
meu corpo moveu-se à leveza do seu pairo,
e eu, palermamente esvoacei em seu ar de Maio,
no seu sorriso cínico em que de contínuo me esvaio,
ao dourado alvorecer de seus cabelos em que me distraio,
à poética do seu olhar-verde-mar que nunca traio,
às suas ondas imprevisíveis que sempre atraio
e no seu aquém-mar prendi-me como num balaio.
E então, será que desse convés imaterial e zombeteiro eu caio?
Só sei que mesmo rastejante, de seus pés não saio,
serei um fiel gentleman, seu contento aio
e desse bobo alado, ela há de ser um amorável e eterno ensaio!
Escultura: Eros e Psique - de Antônio Canova, no Museu do Louvre, em Paris
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